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A Terra ganhará uma nova lua: Asteroide 2024 PT5

A Terra ganhará uma nova lua: Asteroide 2024 PT5

A Terra está prestes a ser acompanhada por uma nova lua, o asteroide 2024 PT5. Embora o fenômeno seja passageiro, ele desperta a curiosidade dos astrônomos. Este corpo celeste, que orbitará nosso planeta de 29 de setembro a 25 de novembro de 2024, foi recentemente detectado e classificado como uma mini-lua temporária. Após esse breve período, ele deixará a órbita terrestre e retornará ao seu trajeto ao redor do Sol, conhecido como órbita heliocêntrica.

O que é o asteroide 2024 PT5?

O asteroide 2024 PT5 foi descoberto em 7 de agosto de 2024, utilizando o observatório do Sistema de Último Alerta de Impacto Terrestre de Asteroides (ATLAS), financiado pela NASA. O sistema ATLAS, localizado na África do Sul, é projetado para monitorar e detectar asteroides que possam representar uma ameaça ao nosso planeta. No entanto, o 2024 PT5 não representa risco de colisão com a Terra.

Os astrônomos estimam que o asteroide tenha um diâmetro de aproximadamente 11 metros, mas é possível que seu tamanho varie entre 5 e 42 metros. Esta variação de tamanho é importante, pois coloca o 2024 PT5 dentro da mesma categoria de objetos espaciais que o famoso asteroide de Chelyabinsk, que entrou na atmosfera terrestre em 2013. Apesar de seu tamanho relativamente pequeno, asteroides como o de Chelyabinsk podem causar grandes danos devido à energia liberada durante a sua passagem pela atmosfera.

No caso do 2024 PT5, o asteroide estará orbitando a uma distância segura de aproximadamente 4,2 milhões de quilômetros da Terra, o que equivale a cerca de 10 vezes a distância entre a Terra e a lua. Embora ele seja considerado uma “mini-lua”, sua órbita é muito distante para que possamos observá-lo a olho nu.

Como as mini-luas se formam?

As mini-luas são asteroides capturados temporariamente pela gravidade da Terra. Esse fenômeno pode ocorrer de duas maneiras, de acordo com o astrônomo Carlos de la Fuente Marcos, pesquisador da Universidade Complutense de Madri. Em episódios longos, um asteroide é capturado pela gravidade terrestre e realiza uma ou mais voltas ao redor do nosso planeta por um período que pode durar meses ou até anos. Já em episódios curtos, como é o caso do 2024 PT5, o asteroide é capturado por um curto período de tempo e não completa uma órbita completa ao redor da Terra antes de ser liberado novamente para sua órbita heliocêntrica.

O fenômeno de captura temporária é raro, especialmente no caso de episódios longos, que ocorrem apenas uma vez a cada 10 ou 20 anos. No entanto, mini-luas de curta duração, como o 2024 PT5, podem ser capturadas algumas vezes por década.

Representação artística do novo asteroide-Lua temporário que a Terra irá capturar.Fonte: Robert Lea/Space.com
Representação artística do novo asteroide-Lua temporário que a Terra irá capturar.
Fonte: Robert Lea/Space.com

A “nova lua” temporária e suas características

O 2024 PT5 é considerado uma mini-lua de captura curta, semelhante ao asteroide 2020 CD3, que foi detectado em 2020 e orbitou a Terra por alguns meses antes de ser ejetado de volta ao espaço. O asteroide de 2020 foi observado orbitando a Terra por vários anos antes de ser detectado, o que mostra como esses corpos celestes podem passar despercebidos por longos períodos.

O que torna esses eventos raros e fascinantes é a dificuldade que os asteroides enfrentam para serem capturados pela gravidade da Terra. Para que um asteroide se torne uma mini-lua, ele precisa se aproximar da Terra em baixa velocidade e a uma distância suficientemente próxima. Segundo Robert Jedicke, especialista em corpos do sistema solar da Universidade do Havaí, a maioria dos asteroides se aproxima da Terra em velocidades e ângulos que não permitem sua captura, tornando esses eventos ainda mais notáveis.

Os asteroides que se tornam mini-luas, como o 2024 PT5, viajam a uma velocidade inferior a 3.600 quilômetros por hora e se aproximam a uma distância de até 4,5 milhões de quilômetros da Terra. No entanto, esses corpos não precisam ser grandes para serem capturados; o que realmente importa é a sua trajetória e velocidade.

Origem do asteroide 2024 PT5

O asteroide 2024 PT5 pertence ao cinturão de asteroides de Arjuna, um grupo de pequenos asteroides com órbitas semelhantes à da Terra. Esses corpos celestes são frequentemente monitorados pelos astrônomos, pois suas trajetórias podem proporcionar insights valiosos sobre o sistema solar e os processos que moldam seus objetos.

Segundo os cientistas, é possível que mini-luas também se originem do cinturão principal de asteroides, localizado entre Marte e Júpiter, ou até mesmo da superfície lunar. Fragmentos da Lua podem ser lançados ao espaço por impactos de asteroides e, eventualmente, serem capturados pela gravidade da Terra, tornando-se mini-luas temporárias.

Sobrevoos futuros do 2024 PT5

Após sua breve estadia como mini-lua da Terra, o asteroide 2024 PT5 retornará à sua órbita em torno do Sol em 25 de novembro de 2024. No entanto, os astrônomos já estão de olho em seus próximos sobrevoos. Em 9 de janeiro de 2025, ele fará uma nova passagem próxima à Terra, a uma distância de 1,7 milhão de quilômetros. Apesar da proximidade, o asteroide não representa perigo para o nosso planeta.

Espera-se que o 2024 PT5 retorne novamente em 2055, quando, mais uma vez, poderá ser capturado temporariamente pela gravidade da Terra e se tornar uma mini-lua por alguns dias. O fenômeno deverá se repetir em 2084, quando o asteroide poderá permanecer na órbita terrestre por algumas semanas.

Observações futuras

Astrônomos planejam continuar estudando o 2024 PT5 para aprender mais sobre esse intrigante visitante. Observatórios nas Ilhas Canárias, como o Gran Telescopio Canarias e o Two-Meter Twin Telescope, serão usados para coletar mais dados sobre a nova lua. No entanto, devido ao seu pequeno tamanho e à sua grande distância da Terra, o asteroide será muito escuro para ser observado por telescópios amadores.

A breve presença do 2024 PT5 como uma nova lua temporária oferece aos astrônomos uma oportunidade única de estudar esses fenômenos e aprender mais sobre os corpos que passam por nosso sistema solar. Mesmo que sua estadia seja curta, a “nova lua” que acompanha a Terra por um curto período deixa uma marca importante no estudo da astronomia.

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